sexta-feira, 14 de agosto de 2015

Crítica: Malhação Sonhos termina recuperando os adolescentes e a audiência da Globo

14/08/15
Por Jean Pierry Leonardo

Nesta sexta feira (14) “Malhação – Sonhos” chega ao seu último capítulo nas tardes da TV. Porém, mais do que se lamentar por saudades daqueles que se vão, deve-se comemorar o que estes mesmo fizeram e deixaram para todos nós – telespectadores(vulgo adolescentes) e “Rede Globo”. Escrita por Rosane Svartman e Paulo Halm, essa temporada da novela mais longa da TV, simplesmente, reacendeu no público jovem a mesma empolgação e atratividade que as histórias, personagens e elenco do passado despertavam no público.

Foto: Divulgação

Nos últimos anos, assistir Malhação tinha “perdido o encanto”. Com histórias cada vez menos interessantes, atores visivelmente “crus” e personagens sem carisma, o vespertino vinha amargando baixos índices de audiência. Tradicional na grande global, cogitou-se acabar com a novelinha e ocupar seu horário com algum programa que rendesse melhores números. Só que no fim do túnel surgiu a luz que faltava. Malhação – Sonhos caracterizou por reunir um time de atores – novatos e veteranos – especiais e pontuais para o momento de crise. Seja essa a responsabilidade dos que estavam começando, ou não, juntos conseguiram imprimir uma “cara”, uma identidade que há muito havia se perdido no ar, em gerações anteriores. O mais interessante – e por isso mesmo, muito do sucesso de público e crítica – foi a maneira como os novos talentos conseguiram criar seus personagens e apresentá-los de maneira natural, numa sintonia precisa com os atores já mais familiarizados e conhecidos do grande público.

Foto: Divulgação/TV Globo

Prova disso é que muitos deles – intérpretes e seus personagens – conseguiram transceder o limite do ficcional e mobilizaram fãs, torcida e até mesmo relacionamentos entre si, fora da telinha. Caso de Isabela Santoni (Karina) e Rafael Vitti (Pedro). Sem dúvidas, o casal Perina (junção dos nomes) foi o grande centro das atenções da novelinha. Juntos, conseguiram dar vida a dois personagens carismáticos, apaixonantes e verdadeiros. Os jovens artistas foram dois achados da emissora que, com certeza, tem lugares e trabalhos posteriores garantidos. Com muita intimidade em cena, Isabela e Rafael também ganharam holofotes por namorarem na vida real, ainda durante o folhetim, para delírio dos adolescentes. Só que o namoro acabou. Mas não a idolatria e o sucesso. Chegam ao último capítulo com a missão (mais do que) cumprida. Inegável também foi a parceria de Anaju Dorigon (Jade) e Felipe Simas (Cobra), o casal “Cobrade”. Antes vilões e mal humorados, transformaram com muita sinuosidade seus personagens em redentores de si mesmos, despertando amores do outro lado da TV, caindo nas graças do telespectador. Bruna Hamú (Bianca) e Arthur Aguiar (Duca) foram os protagonistas, que apesar de dividirem o posto com o casal Perina, ao longo da trama, não fizeram feio e deixaram suas marcas. Sol (Jennifer Navarro) e Wallace (Mussunzinho) foram o “casal simpatia”, divertidos e nem por isso menos apaixonados. Ainda tivemos Emanuelle Araújo (Dandara), Eriberto Leão (Gael), Marcelo Faria (Lobão), Maria Joana (Nat), Guilherme Hamacek (João), Léo Jaime (Nando), entre outros, com destaques.

Perina: casal mais amado pelos adolescentes em Malhação - Sonhos
Foto: Divulgação/TV Globo

A ideia de dividir os núcleos entre a turma artística da Ribalta e os lutadores da academia de Gael foram outros pontos altos de Malhação – Sonhos. Isso permitiu e apresentou aos mais novos a importância de se praticar modalidades que contribuam para a formação pessoal e profissional de uma pessoa e preservar valores como educação, respeito e amizade. Além de permitir o desenvolvimento de diversos nichos e histórias dentro de uma só. 

Foto: Divulgação/ TV Globo

Assim Malhação – Sonhos se despede: renovando a alegria de se assistir uma boa história juvenil, prendendo a atenção de quem já não enxergava motivos para ligar a TV, revelando novos e talentosos atores e dando uma sobrevida aos índices de audiência do tradicional produto da Rede Globo.