Por Jean Pierry Leonardo
Nesta sexta feira (14) “Malhação – Sonhos” chega ao seu último
capítulo nas tardes da TV. Porém, mais do que se lamentar por saudades daqueles
que se vão, deve-se comemorar o que estes mesmo fizeram e deixaram para todos nós
– telespectadores(vulgo adolescentes) e “Rede Globo”. Escrita por Rosane
Svartman e Paulo Halm, essa temporada da novela mais longa da TV, simplesmente,
reacendeu no público jovem a mesma empolgação e atratividade que as histórias,
personagens e elenco do passado despertavam no público.
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Foto: Divulgação |
Nos últimos anos, assistir Malhação tinha “perdido o encanto”.
Com histórias cada vez menos interessantes, atores visivelmente “crus” e
personagens sem carisma, o vespertino vinha amargando baixos índices de audiência.
Tradicional na grande global, cogitou-se acabar com a novelinha e ocupar seu
horário com algum programa que rendesse melhores números. Só que no fim do túnel
surgiu a luz que faltava. Malhação – Sonhos caracterizou por reunir um time de
atores – novatos e veteranos – especiais e pontuais para o momento de crise.
Seja essa a responsabilidade dos que estavam começando, ou não, juntos
conseguiram imprimir uma “cara”, uma identidade que há muito havia se perdido
no ar, em gerações anteriores. O mais interessante – e por isso mesmo, muito do
sucesso de público e crítica – foi a maneira como os novos talentos conseguiram
criar seus personagens e apresentá-los de maneira natural, numa sintonia
precisa com os atores já mais familiarizados e conhecidos do grande público.
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Foto: Divulgação/TV Globo |
Prova disso é que muitos deles – intérpretes e seus
personagens – conseguiram transceder o limite do ficcional e mobilizaram fãs,
torcida e até mesmo relacionamentos entre si, fora da telinha. Caso de Isabela
Santoni (Karina) e Rafael Vitti (Pedro). Sem dúvidas, o casal Perina (junção
dos nomes) foi o grande centro das atenções da novelinha. Juntos, conseguiram
dar vida a dois personagens carismáticos, apaixonantes e verdadeiros. Os jovens
artistas foram dois achados da emissora que, com certeza, tem lugares e trabalhos
posteriores garantidos. Com muita intimidade em cena, Isabela e Rafael também
ganharam holofotes por namorarem na vida real, ainda durante o folhetim, para
delírio dos adolescentes. Só que o namoro acabou. Mas não a idolatria e o
sucesso. Chegam ao último capítulo com a missão (mais do que) cumprida. Inegável
também foi a parceria de Anaju Dorigon (Jade) e Felipe Simas (Cobra), o casal “Cobrade”.
Antes vilões e mal humorados, transformaram com muita sinuosidade seus personagens
em redentores de si mesmos, despertando amores do outro lado da TV, caindo nas
graças do telespectador. Bruna Hamú (Bianca) e Arthur Aguiar (Duca) foram os
protagonistas, que apesar de dividirem o posto com o casal Perina, ao longo da
trama, não fizeram feio e deixaram suas marcas. Sol (Jennifer Navarro) e Wallace
(Mussunzinho) foram o “casal simpatia”, divertidos e nem por isso menos
apaixonados. Ainda tivemos Emanuelle Araújo (Dandara), Eriberto Leão (Gael),
Marcelo Faria (Lobão), Maria Joana (Nat), Guilherme Hamacek (João), Léo Jaime (Nando),
entre outros, com destaques.
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Perina: casal mais amado pelos adolescentes em Malhação - Sonhos Foto: Divulgação/TV Globo |
A ideia de dividir os núcleos entre a turma artística da
Ribalta e os lutadores da academia de Gael foram outros pontos altos de Malhação
– Sonhos. Isso permitiu e apresentou aos mais novos a importância de se
praticar modalidades que contribuam para a formação pessoal e profissional de
uma pessoa e preservar valores como educação, respeito e amizade. Além de
permitir o desenvolvimento de diversos nichos e histórias dentro de uma só.
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Foto: Divulgação/ TV Globo |
Assim Malhação – Sonhos se despede: renovando a alegria de
se assistir uma boa história juvenil, prendendo a atenção de quem já não
enxergava motivos para ligar a TV, revelando novos e talentosos atores e dando
uma sobrevida aos índices de audiência do tradicional produto da Rede Globo.