Por Jean Pierry Leonardo
Ele explodiu cantando “Meteoro”,
armou-se de outros tantos sucessos e sagrou-se como a mais jovem revelação e
ídolo do chamado sertanejo universitário. Porém ele cresceu, e consigo o
sucesso, a fama, seu trabalho e seu amadurecimento. Com seu novo álbum acústico,
Luan Santana mostra que seu crescimento não foi meramente vertical: ele
conseguiu manter o que já tinha conquistado, expandido suas bases de fãs,
conquistando outros e adotando novos elementos sonoros.
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Foto: Divulgação |
Na transição de ídolo teen para
cantor jovem/adulto, nem sempre aqueles que “começaram” ali com você, conseguem
acompanhá-los durante a metamorfose. Um exemplo seria o cantor Justin Bieber
que, envolvido ou não em polêmicas, perdeu um pouco da fã-base que havia desde
a “era Baby”, agora vêm se reposicionando no mercado. Com Luan foi diferente.
Além de não ter o lado bad boy do
americano, ele sabe onde quer chegar e não executa um passo em falso na
carreira. Deixa o tempo agir, mas fazendo por onde não perder-se nele. Isso se
caracteriza no “Luan Santana Acústico”, seu mais recente álbum gravado ao vivo
em São Paulo. Lançado em 14 de abril de 2015, pela Som Livre, o CD/DVD traz um
novo Luan. Com uma pegada mais Pop, romântico, melódico e ainda mais vocal do
que os anteriores trabalhos.
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"Luan Santana Acústico": novo álbum tem pegada mais Pop Foto: Reprodução/Wikipédia |
Não espere muito todos aqueles
ritmados acordes de músicas como “Cê Topa” ou “Sogrão Caprichou”. A sonoridade,
estética, arranjos e construção musical se deu toda em cima da temática dos
anos 60. Inspirado em ícones da década como Elvis Presley, por exemplo, Luan
envolveu-se em todo o processo desde os cenários à la Nova York, convidados e
repertório. Sim, porque se não tem “aqueles acordes ritmados”, ele também não
deixou de lado as canções que suas/seus fãs gostam de ouvir, de cantar e as
trouxe também. Sob novos arranjos. Em pouco mais de uma hora de músicas no
disco, cantados em uníssono por uma platéia cada vez mais heterogênea, o
artista prova porque consegue tanto em tão pouco tempo. E com tão pouca idade (24 anos).
Algo, aliás, que vem chamando bastante atenção nele. Quando fala-se em
amadurecimento, leia-se profissionalmente e pessoalmente, pois é nítida a forma
como Luan oxigenou seus seguidores. As/Os adolescentes continuam junto dele,
mas hoje percebe-se que estão difusos com um público mais adulto, que consegue
enxergá-lo como para além da música sertaneja ou de um público só.
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Luan conquistou fãs mais maduros com seu novo trabalho e músicas Foto: Reprodução/YouTube |
Em uma de suas apresentações no
Rio de Janeiro, na casa de shows Barra Music, em julho, isso era visível. Com
ingressos esgotados, muitos efeitos especiais, trocas de figurinos e diversos
artistas espalhados pelos camarotes e camarins. Sua transição musical pode ser
comparada – em suas devidas proporções – com Taylor Swift. A americana
lançou-se e ficou famosa por cantar baladas românticas no Country, mas vem
capitalizando todos os recordes, sucesso e holofotes com seu “1989”, que a
colocou de vez entre as maiores divas contemporâneas do Pop. Não à toa, seu
single “Escreve Aí” já contabilizou 23 aparições entre as mais tocadas do país,
bem no topo da parada da “Billboard Brasil”. E por lá continua, só que agora em
segundo lugar (“Aquele 1%” de Marcos e Belutti está em primeiro). Outros singles
como “Conta Outra”, “Chuva de Arroz” e “Cantada”, por exemplo, todas desse
último trabalho, são destaques que também reafirmam sua condição de renovação,
mas sem a perda da marca Luan Santana de ser.
"Escreve Aí" é uma das mais tocadas no Brasil
Reprodução: YouTube
Assim, entre o passado e o
presente, entre o sertanejo e o Pop, entre o teen e o adulto, mas sempre com
muito carisma, simpatia, talento e inteligência Luan Santana continua empolgando
as massas e fincando-se com propriedade do seu lugar ao Sol, radiante como uma
estrela que és.