domingo, 13 de março de 2016

Temporal alagou diversos pontos da cidade e deixou estado de crise

Felipe Migliani
felipemigliani@yahoo.com.br



O Centro de Operações da Prefeitura do Rio publicou uma nota em sua página no facebook alegando que o município entrou em estágio de crise às 20 horas de sábado (12/03), devido aos alagamentos de várias partes da cidade. O estágio de crise é o terceiro nível numa escala de três, podendo causar alagamentos e deslizamentos. Duas pessoas morreram, uma está no hospital e outra desaparecida.

A tempestade começou no começo da tarde de sábado em alguns pontos do centro, afetando os bairros do Catete e Glória. Voltou a cair no início da noite e deixou várias ruas da cidade embaixo d´água.  As vias da Praça da Bandeira ficaram inundadas. A área que passou por diversas obras não alagava desde 2013.

No começo da tarde a chuva deixou alagado diversas vias do Catete, região Central



Praça da Bandeira foi o ponto mais crítico da cidade


Na comunidade Chácara do Céu, no Leblon, uma pedra rolou e matou duas pessoas. Equipes do Corpo de Bombeiro da Barra e Gávea prosseguiram as buscas durante a madrugada por possíveis vítimas. No Morro do Turano, localidade entre os bairros Tijuca e Rio Comprido, Zona Norte do Rio, uma casa desabou, mas não houve acidentados.
Em Rocha Miranda, bairro da Zona Norte, um cidadão foi arrastado pela correnteza e está desaparecido.  No Centro, uma mulher sofreu choque elétrico na Rua do Passeio e foi enviada para o Hospital municipal Souza Aguiar. Parte da Zona Sul ficou sem energia elétrica. Os problemas no fornecimento de energia começaram por volta das 19h30.

Em uma publicação no twitter a prefeitura fez recomendações para população

 




Sirenes foram acionadas em 39 comunidades


As sirenes tocaram nos seguintes pontos: Andaraí, Borel, Cachoeirinha, Chácara do Céu, Chacrinha, Cotia, Espírito Santo, Formiga, Jamelão, Julio Otoni, Ladeira dos Tabajaras, Macacos, Matinha, Matriz, Morro do Céu/ Pretos Forros, Nossa Senhora da Guia, Nova Divinéia, Ocidental Fallet, Ouro Preto, Parque João Paulo II, Parque Nova Maracá, Parque Silva Vale, Parque Vila Isabel, Pavão-Pavãozinho, Prazeres, Rocinha, Brício de Moraes, Salgueiro, Santa Alexandrina/ Paula Ramos, Santa Marta, Santos Rodrigues/ Azevedo Lima, São Carlos, São João, Tuiuti/ Telégrafos, Unidos de Santa Tereza, Urubu, Vidigal, Vila Cabuçu/ Barro Preto e Vila Pereira da Silva.
Os equipamentos foram disparados a partir das 19h30 de sábado (12/03), e os moradores foram orientados por agentes comunitários e da Defesa Civil Municipal a se dirigirem aos pontos de apoio. Um dos protocolos de acionamento dos equipamentos consiste no registro a partir de 50 mm de chuva em uma hora, o que pode deixar a encosta vulnerável a deslizamentos. A Defesa Civil registrou, até o momento, duas ocorrências por quedas de muros: uma no Alto da Boa Vista e outra no Morro da Baiana (Complexo do Alemão). Antes das sirenes tocarem, as lideranças comunitárias treinadas pela Defesa Civil já haviam informado aos moradores sobre a possibilidade de evacuação assim que receberam as mensagens nos celulares que a Prefeitura do Rio disponibilizou e que compõem o sistema de alerta preventivo.
Os equipamentos funcionam nos locais apontados por mapeamento elaborado pela Geo-Rio, que identificou todas as comunidades com alto risco de deslizamento na cidade e integram o sistema de alerta comunitário desenvolvido pela Defesa Civil com o objetivo de reforçar a atuação em casos de urgências. Todas as comunidades mapeadas contam com representantes treinados. As sirenes são acionadas caso a Defesa Civil e o Alerta Rio identifiquem que as chuvas atingiram níveis críticos, baseados nas informações coletadas no Centro de Operações Rio, monitorando a cidade 24 horas.

Choveu 40% do previsto no mês de março


Em todo município choveu 40% do que chove, em média, no mês todo de março, que é 134,0mm. De acordo com o sistema Alerta Rio, às 20h, as estações pluviométricas da prefeitura registraram precipitações mais fortes no Alto da Boavista, com 163,4 milímetros em uma hora; na Rocinha, com 135,8; e no Vidigal, com 132,4. Foi uma das maiores chuvas desabada sobre a cidade em uma hora nos últimos dez anos.

Prefeito Eduardo Paes responde seguidores no Instagram sobre alagamentos na Praça da Bandeira


O prefeito do Rio, Eduardo Paes, respondeu as críticas feitas por seus seguidores no Instagram, tentando justificar o motivo do alagamento na região da Praça da Bandeira. No local foram inaugurados piscinões e não alagava desde 2013. A situação ficou tão grave que, por volta das 20h, o Centro de Operações da prefeitura informou que a praça havia sido interditada, em ambos os sentidos, devido a um grande bolsão d’água. Os usuários @junior.roxo e @rebecca.monteiro cobraram do Eduardo Paes um resultado melhor das obras recém-inauguradas do piscinão da Praça da Bandeira.

 “Quando concluímos o piscinão da Praça e da Praça Niterói. Sempre deixei claro que eles fazem parte de um sistema que ainda não está totalmente concluído. A situação melhorou, mas ainda não está resolvida. Faltam o piscinão da Varnhagem e a conclusão das obras de desvio do Rio Joana. Até lá, sempre fui claro que alagamentos poderiam acontecer”, justificou Eduardo Paes.

O prefeito Eduardo Paes rebate seus seguidores sobre o alagamento na Praça da Bandeira

Confira as imagens dos diversos pontos que ficaram alagados na cidade


Chuva no RIo


Imagens: Redes sociais/moradores