07/03/16 - Coluna: Cronicronando Autor(a): Bruna Rafaela
Certa vez, uma pessoa, vulgo, William Shakespeare,
citou: "O amor acrescenta uma preciosa visão aos olhos". De fato,
palavras preciosas! Mas, vagueando por um "olhar" mais abrangente
sobre o que se "vê" e o que se "olha", é no mínimo
discutível o que se contempla. Sempre acreditei que o "ver" e o
"olhar" partem de cantos beeem diferentes, tanto no âmbito do
entendimento, quanto na ação propriamente dita. Enquanto, o que vemos é como
brisa passageira, um sussurrar de um transeunte desconhecido ao qual não damos
atenção alguma. O que olhamos, é como um registro, é criar um porta retrato
dentro de nós, descrever detalhes e sensações, nos trazer a tona o rubor à
face. Certamente, acredito, que muitos discordarão, tanto homens quanto
mulheres. Daí vem aquele veeeeelho argumento: "Não, mas eu não estava
reparando nele ou nela, foi só uma olhadinha rápida. Oras! Mas então por que o permanecimento dos olhos? Porque a
contemplação acontece? Não, não, afirmo veementemente que quando
"Olhamos" estamos buscando detalhes, e se buscamos detalhes é porque
apreciamos e tornamos concientemente a ação por mais tempo. Assim como,
aconteceu com uma amiga minha, reparei que ela vivia de olhares para um certo
rapaz da faculdade, eram olhares muito ágeis, porém, como disse anteriormente,
eram contempladores. Quando perguntei se estava interessada no rapaz, ela foi
logo tratando de negar. Após alguns blá blá blás aqui, outros acolá, acabou
admitindo. Portanto, discordo totalmente
de Saramago, quando disse: "Se puderes olhar, vê. Se puderes ver, repara!
O ato de reparar está proporcionalmente para o de olhar, não para o de apenas
ver. E prezo, pelo que se vê ao que apenas deve ser visto, e o que se olha, com
àquela tal visão do nosso amigo Shakespeare e nos mostra que estamos no caminho
certo, quando perdemos o interesse em olhar para trás... ... ...
Imagem: Interpretagestos.com