09/03/16 - Coluna: Litera Manifesto Autor(a): Alex Gilson
O Rio de janeiro é um antro
de pluralidade cultural, conhecido popularmente por suas belezas naturais, a
cidade maravilhosa também mostra seu lado artístico, acultural e
transcendental. Entre o desenvolvimento da cidade, surgem os grandes elevados com
concreto e ferragens aparentes. Eis que as poesias começam a aflorar e tornam-se
parte da estrutura, seja uma crítica, exaltação a natureza ou uma prova de amor,
lá ela vai estar.
A palavra poeta deriva do
grego poietes, que significa ‘aquele que cria ou faz algo’ ou seja a
poesia está em toda a forma de manifestação artística, desde o grafite até a
uma simplória frase de amor. Eles estão nas ruas, marcando seu território com
seus papéis desbotados, suas latas de
tintas, poucas palavras e algumas gravuras (ou desenhos). No Méier, por
exemplo, em frente ao Imperator, poetas se reúnem unidos em prol da arte.
Oferecendo seu trabalho artesanal apenas por alguns leves trocados e assim
perpetuar sua obra.
O preconceito contra os
poetas ainda é uma realidade, grafite se confunde com a pichação sincera. O
poeta das palavras é tido como ‘o vagabundo sem ocupação’; como se fosse
proibido dedicar-se inteiramente a arte, um crime inafiançável, e que arte se
resume apenas a um hobbie de horas vagas. Entretanto, os cariocas valorizam sua
arte e eu como observador vejo essa cidade como uma megalópole cultural tão
grandiosa quanto São Paulo, seu povo aprecia sua arte, esteja ela nas grandes
galerias ou nos grandes elevados.
Concluindo deixo uma citação
de Eolo Yberê Líbera que sintetiza esse texto em apenas alguns versos:
‘Neste bosque urbano
árvore feita em concreto
- meu corpo estremece’.
Imagem: Alex Gilson